31 de março de 2012

Quais os valores que defendemos nas nossas vidas?

Compreendo que não será de bom-tom misturar política com religião. Muito menos aproveitarem-se certas manifestações populares para colher benefícios, mas ter uma postura pró-ativa, a qualquer momento fica sempre bem. E ninguém entenderia como campanha… a menos que levassem marcas de roupa de surf nas camisolas.

Antes de mais, e acreditem, meditei muito, antes de escrever este meu pensamento.

Decidi fazê-lo porque acho que está na hora das pessoas olharem e pensarem naquilo que vêm, e perceber se os valores que defendem para as suas vidas, para os seus filhos, estão a ser defendidos por aqueles que comandam os destinos da terra que os viu nascer, ou que os vai vendo crescer. 

Este texto ilustra um sentimento pessoal, muito sentido e triste. 

Peço já desculpa por misturar política com a religião, mas perceberão, numa leitura atenta, que não as misturo por acaso, mas apenas porque os valores da vida têm nestas duas variáveis polos que se tocam, e que são indissociáveis. 

Apetece-me gritar para que todos me possam ouvir. 

Apetece-me dizer: O que é que se está passar? Será que sou eu que tenho mau feitio? Será que eu ando a ver coisas que não são as reais? 

Os valores que eu defendo vão muito além daqueles que vejo geralmente serem defendidos, por isso, mesmo não sendo penicheiro de nascença, sou-o por desígnios do destino que me fez adotar ou ser adotado por Peniche há 38 anos – e quem não se sente... 

Ontem, Peniche escreveu mais uma página linda na história através, especialmente, dos alunos da Escola Secundária de Peniche. Por onde passámos, já muitos deixaram marcas, e as gentes daquelas terras já conhecem muitos que ano após ano vão ajudando a conhecer/reconhecer/aprender outros valores. Só quem um dia já viveu esta experiência sabe do que falo. E quem nunca teve essa oportunidade, pergunte a um qualquer aluno e perceberá o que por vezes é difícil de explicar de forma simples. 

Centenas de pessoas aguardaram pelos peregrinos da nossa escola que após 2 dias e 100 km entraram cheios de alegria e emoção no Santuário de Fátima. 

Mas, embora não me tenha surpreendido, porque Já não é a primeira vez que vejo algo similar, fiquei triste… fiquei, não posso escondê-lo, por ser evidente o desapego, o “desligamento”, o desinteresse ou o não interesse, dos autarcas penichenses em atividades “religiosas”. 

Aliás, parece-me mais do que evidente que se não houver ondas ou rendas, não existe nenhum interesse para os atuais órgãos autárquicos. Ou melhor, para ser direto: se não houver mediatismo! 

Afinal… não estava lá a televisão, não era Cascais ou o Parque Eduardo Sétimo, nem iriam dar grande relevo… por isso estar lá para quê? devem ter que escrever mais algum capítulo da novela, logo, têm mais que fazer! 

Deixem-me dizer que basta reparar nos post do Presidente e/ou do Vice no facebook para perceber quais são os assuntos a que dedicam mais atenção. 

Muito sinceramente ainda não percebi os seus objetivos. Alguém me pode ajudar a perceber que valores defendem eles? 

Se por cada dia de “inatividade” [entenda-se não evolução], o nosso concelho se fosse desligando um metro dos concelhos limítrofes, e já lá vão quase dois mandatos, já estaríamos perto da Berlenga, ou pior ainda, colados à Madeira. 

Mas atenção! Existem coisas que o povo vai querer saber e tem o direito de saber. São razões financeiras graves que, quer os atuais, quer os anteriores foram acumulando. Por isso, uns não falam porque não lhes convém, outros porque é melhor não falar. 

Sobre esta questão não gostava de me alongar muito, para já, porque ainda sei pouco, diria mesmo nada, se comparado com o que deve estar verdadeiramente em causa. 

Deixem-me só dizer que há muitas pequenas empresas [especialmente de Peniche] que estão à beira de fechar, outras já fecharam… Consequentemente gerou-se desemprego. E quem é que falou sobre isso? Alguém já mostrou preocupação? 

Mesmo assim, acredito que com oposições inexistentes ou inócuas, o povo tenderá em estar do lado daqueles que vão cultivando o que em tempos criticaram outros de o fazer: a imagem. 

Os valores que defendemos não podem ser alienados. Peniche precisa de gente com coragem e que tenha bem definidos que valores que quer defender - hoje e amanhã. 

Eu só me pergunto: Porque será que tudo isto acontece? Será que estamos sem motivação? É o deixa andar, logo se vê? Ou será que nos andam a tapar o sol com a famosa peneira? 

Não sei se se recordam de uma missa celebrada na Igreja de São Pedro, transmitida pela TVI, onde nem um, repito, nem um autarca lá estava. Imaginem que tiveram que chamar algumas pessoas para a primeira fila para “tapar buracos reservados”. 

É triste… desculpem, muito triste este tipo de postura. 

Pelo contrário, ontem [29-03-2012] adorei a atitude do Professor Dinís ao marcar presença, ainda antes da chegada, aliás como pode ser visto pelas imagens colocádas no álbum temático do Peniche Online, no facebook. 

Já tinha sentido que se trata de alguém desprendido de outros interesses, aquando do seu discurso “solene”, na sexta-feira antes da peregrinação. Mesmo não sendo crente (ou ateu) como referiu, teve uma postura digna de registo. 

Há mesmo pessoas que dão tudo de si, a troco de... um sorriso. 

Eu ontem vi na cara do Professor e Amigo “XICO” que aqueles sorrisos dos seus antigos alunos, hoje pais dos seus alunos, são fruto das sementes que deitou à terra. A sua recompensa é o amor que todos nós sentimos por ele. Como se ali estivesse a ver germinar as mais belas flores que alguém pode desejar ter no seu jardim. 

O “XICO” é alguém muito especial que gosta e faz questão de estar sempre presente, nos bons e nos maus momentos. Deus sabe porquê. 

São estes os valores da vida, entendo eu... de dar, dar, dar, partilhar, partilhar… sem esperar pelos holofotes da fama. 

Quem é que não o conhece? 

Diferente é a postura daqueles que na atualidade andam na política. Mas, se quem anda na política procura votos todos os dias, como quem procura as melhores ondas para surfar, ou os melhores picos para rendilhar, parece-me que alguém se anda a esquecer que nestes momentos se poderiam ganhar votos! 

Sim, porque nestes momentos existiriam sempre pessoas que gostariam de sentir apoio, mesmo que por detrás outras intenções pudessem existir. 

Afinal, estamos a falar de muita gente que vota e de muitos jovens que são as gerações que precisam de acreditar que os homens e mulheres de hoje estão interessados nos homens e mulheres de amanhã. Por isso, penso eu, deveriam mostrar-lhes essa vontade de estar presentes nestes momentos únicos. 

Desculpem, utilizei a expressão “vontade”, mas confundi-me, se tivessem vontade estavam lá, e não estiveram. 

Já sei porquê! 

Querem tentar adivinhar? Eu já disse... voltem atrás no texto se não leram com atenção! 

Nota: 
Compreendo que não será de bom-tom misturar política com religião. Muito menos aproveitarem-se certas manifestações populares para colher benefícios, mas ter uma postura pró-ativa, a qualquer momento fica sempre bem. E ninguém entenderia como campanha… a menos que levassem marcas de roupa de surf nas camisolas. 

Está dito, e vou publicar, antes que perca a coragem!