11 de março de 2012

O estranho silêncio ou o ruido anónimo

Deixemo-nos ficar em silêncio, para que ao primeiro ruido possamos entender a mensagem, mesmo que codificada… Basta estarmos atentos!

Todos os dias, na novela das nossas vidas, se escrevem novos episódios, nem todos são perfeitos mas diga-se, a bem da verdade, que a perfeição é algo inalcançável, mas não é por isso que devemos deixar de lutar pelos nossos objetivos, individuais ou coletivos. Por isso, devemos tentar encontrá-la em cada novo dia e a cada novo desafio.

Porém, a tarefa torna-se mais complicada quando aqueles que se incomodam com as nossas conquistas fazem jogadas cheias de encriptações, códigos ou nomes nos quais se escondem, como se tivessem eles o único e exclusivo direito de viver e usufruir tal qual donos de todo o mundo, mesmo que para isso seja preciso jogar todos os trunfos, muitos dos quais escondidos na manga.

Longe vai o tempo em que aprendi a expressão “invejam o vinho que bebo, não os trambolhões que dou”.

A minha ignorância é grande e cabem lá todos os que me são desinteressados, mas não fico, jamais ficarei, indiferente aos que à custa do todo [entenda-se comunidade] se exibem qual pavões. Certo, sei que alguns são parecidos com as chamadas aves raras, só que, infelizmente, não estão em vias de extinção, bem pelo contrário, multiplicam-se.

São aves que escondem na sua imensa plumagem os tais trunfos, tal qual um mágico que, quando menos se espera, tiram mais um coelho da cartola.

Mas o povo é sábio e não ignora que um dia tem 24 horas, uma semana tem 7 dias e que o tempo, esse que se conta aos segundos, nem sempre corre a nosso favor.

Pois se estamos ali não podemos estar aqui, e o que não tivemos tempo de fazer hoje, juntar ao de amanhã é adiar o futuro, um futuro inadiável e inalienável.

Mas eles, os tais dos truques, pensam que com cantigas e bolos ainda se enganam os tolos, talvez. Mas, para isso, era preciso que ainda houvesse tolos. À exceção deles que com tal postura não passam de tolinhos e artistas de circos falidos, onde só vai ficar a aplaudir o infeliz a quem roubaram as muletas. Nem os animais de estimação irão sobrar para lhes fazerem companhia, pois há cães que não conhecem o dono e outros que antes de serem postos num canil fogem, para bem longe.

Assim, quando terminar o circo, termina a novela onde se escreveram muitos episódios, uns perfeitos, outros imperfeitos. E, na imensidão da tenda só irá restar o silêncio.

Alguém vai dizer “parece-me estranho o silêncio”, mas para nós, os que não são tolos, não nos é estranho e percebemos tanto o silêncio como algum ruído anónimo, cuja sua origem mal se percebe. Só nos falta mesmo saber quem o faz, ou quem o manda fazer...

Deixemo-nos ficar em silêncio, para que ao primeiro ruido possamos entender a mensagem, mesmo que codificada…

Basta estarmos atentos!