Amaro Costa (AC) reside no concelho de Peniche. Tem três filhos e uma vida igual à maioria dos portugueses que atravessa uma situação delicada neste país. Num acidente, que diz não ter provocado, sentiu que salvou, direta ou indiretamente, a vida a outra pessoa, mas acabou como responsável pelos danos e sem o carro da família.
Parte I – Introdução
De acordo com o AC, no passado dia 22 de dezembro 2012, às
11:45 horas, na localidade de Serra d’El Rei, concelho de Peniche, “ao circular no
sentido Atouguia da Baleia – Serra d’El Rei e ao chegar à entrada da estação de
serviço CEPSA, que fica às portas desta localidade” deu conta de um
automóvel que viajava em sentido contrário e que havia parado nessa mesma
entrada para a estação, com o pisca ligado.
Depois de “dois compassos
de espera, o automóvel avançou perigosamente para a estação colocando-se na
minha faixa de rodagem e rigorosamente à minha frente.” AC ficou sem tempo
para travar, considerando mesmo que possível fosse o embate seria igualmente
inevitável.
O seu instinto ditou que torcesse o volante para a direita,
na tentativa de evitar o embate frontal e que seria fatal para o “transgressor”. Ao desviar repentinamente
a trajetória do seu carro, acabou por embater violentamente nas instalações da
estação de serviço, provocando estragos consideráveis, não só na estação de
serviço, como no seu carro que acabaria por ficar totalmente destruído.
Alguns automobilistas que haviam presenciado o
sucedido pararam. Mas depois de verificarem que o AC se encontrava bem,
prosseguiram as suas viagens, provavelmente sem imaginar que o seu testemunho iria
ser de extrema importância para o desfecho deste episódio da vida real.
Até aqui, nada de “anormal”,
ou seja, um acidente, com danos, provocado por uma desatenção ou má conduta de
um condutor.
Parte II – E depois do
embate
O pior veio depois, pois o condutor do veículo “causador” deste acidente seguiu - normalmente
- a marcha rumo ao seu destino e nem tão pouco se dignou inteirar-se do estado
da vítima.
Ao arrombar a sua própria porta, AC conseguiu sair do veículo.
Dirigiu-se ao outro condutor perguntando-lhe como foi possível ele não o ter
visto. Este respondeu que “se o tivesse
visto, tinha parado, né!?”
Parte III – Disse, mas
não disse
Poucos minutos mais tarde surgiu a GNR, que por acaso estava
a passar pelo local, e que acabou por tomar conta da ocorrência.
O espanto do AC foi quando se apercebeu “que o responsável pelo acidente havia já alterado o seu discurso em
relação à sua participação direta nesta história. Este, não satisfeito com o
simples facto de eu lhe ter salvado a vida, acabou por dar um depoimento de
testemunha simples, relatando que não sabia de nada e que estava parado na sua
faixa de rodagem aquando do meu despiste voluntário, que talvez pudesse ter
resultado do facto de eu me ter assustado com a sua presença.”
Incrédulo com o sucedido AC questionou o outro automobilista,
tentando chamá-lo à razão e à veracidade dos factos. Mas este acabou por chamá-lo
de “mentiroso e colocou-se completamente
à margem das suas responsabilidades, deixando-me totalmente perplexo.”
Os guardas da GNR perguntaram se havia testemunhas, mas
infelizmente estas já não se encontravam no local, não havendo, por isso, uma
única pessoa disponível para apoiar o AC no levantamento dos factos.
Parte IV – Contas
feitas…
Amaro Costa, num acidente que diz não ter provocado, sentiu
que salvou, direta ou indiretamente, a vida a outra pessoa, mas acabou como responsável
pelos danos e sem o carro da família.
Parte V – O lamento…
AC diz-se “insultado,
injustiçado, privado do uso do meu carro, obrigado a ser responsável pelo
acidente e aconselhado pelos guardas da GNR para numa próxima ocasião seguir em
frente e não desviar o volante”, e pergunta:
“Quanto vale realmente
a vida de uma pessoa?
Onde está a dignidade e
a humanidade em episódios como este?
Acredito que a minha
história não seja singular nas estradas portuguesas, mas depois ter sido
motorista profissional de pesados, possuir carta de condução há mais de vinte
anos e ter a certeza que pratico uma condução segura, a minha ingenuidade não
impediu que eu me visse a contas com uma situação destas.
Como pode um ser humano
não reconhecer que alguém lhe quis bem, não reconhecer tal intenção e
contra-atacar com insinuações bárbaras e injustas?”
Parte VI – Conclusão
“Continuo com a
esperança de que haja testemunhas deste acidente e ficarei eternamente grato
caso apareça alguém que tenha visto o que realmente aconteceu e que se faça ouvir.
A conclusão a que chego
é simples e rápida: Sim, a vida vale muito mais do que isto. A vida é o bem
mais precioso, é tudo o que temos e nada é mais sagrado do que estar vivo e
sentir que há esperança, beleza, harmonia, amor, amizade e saúde.
Apesar de sentir uma
revolta enorme dentro de mim, devo dizer que se amanhã me acontecesse um
incidente igual, eu faria exatamente o mesmo. Ouviria as mesmas injustiças,
sentiria a mesma angústia, ficaria novamente sem carro, mas teria a certeza que
tinha evitado um desastre maior. Teria evitado uma tragédia que teria de
carregar para o resto da minha vida.
Escolho a vida e apesar
das dificuldades que poderei enfrentar daqui para frente, uma garantia ninguém
me tira: salvei uma vida – salvei um mundo inteiro!
Agradeço ao condutor
infrator esta oportunidade.”
Parte VII - Notas finais
Os
factos aqui relatados têm como referência o texto elaborado por Amaro Costa. As considerações foram feitas com base nesse mesmo
texto.
O
nosso único intuito é de tentar ajudar a encontrar alguém que, tendo visto o
acidente, possa contribuir de forma positiva para o desfecho deste caso. Por
isso, se viu e está disposto a testemunhar, siga o nosso conselho: dirija-se ao
posto da GNR de Peniche e conte o que viu. A verdade é a nossa melhor arma.
Aproveito
para desejar ao Amaro Costa boa sorte e que venha a confirmar-se a história que
nos contou e que possa recuperar, pelo menos, o veículo de família, porque do
susto, já ninguém o livra.
Muito Obrigado pela exposição do meu caso e por todo o apoio. Um abraço forte e o desejo de um Ano Novo cheio de sorte e saúde. Amaro Costa
ResponderEliminarE circulava a 50km/h?
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